Através dos milênios o homem busca inutilmente meios de cura para os seus males, iludindo-se que logo mais a cura para todas as doenças será descoberta. Ele parece estar sob a hipnose de interesses que, sem descanso, prometem alívio para suas enfermidades e dores.
Aquela terapêutica que há cinco anos atrás foi reconhecida como eficaz, está agora condenada porque se revelou mais destrutiva que curativa. É quase certo, da mesma forma, que um achado “científico” de cinqüenta anos atrás, que foi amplamente utilizado no tratamento de milhões de pessoas, seja agora rejeitado como inútil. Em geral, estas soluções e descobertas do passado são acusadas de fazer mal ou, de ser pouco úteis e produtos de um pensamento ingênuo e pouco científico. Ao olhar para o palco armado que promete maravilhas esquecemos que o poder de cura está muito próximo de cada um de nós e está mesmo ao nosso alcance. Quando alguém se sente mal seu raciocínio se apequena, suas emoções se perturbam, seus medos infantis crescem, sua vontade desfalece e ele corre em busca de um salvador, de uma cura oficialmente aprovada como se fosse a melhor e única solução. Esta é a atitude de quem ignora que todos os processos de vida ocorrem em ordem e segundo leis eternas e imutáveis. As mesmas leis que regem a reprodução, o crescimento, a reparação de tecidos gastos ou machucados, a recuperação da energia perdida, a excreção de dejetos, a reparação do organismo como resultado de acidentes, são exatamente os mesmos que agem na restauração de um corpo doente. Ou seja, são processos naturais. Este é, finalmente, o único poder curativo verdadeiro. É impossível substituir esta força vital, que mantém a vida e a saúde, por qualquer coisa artificial. Estes são poderes de auto-cura, inerentes e exclusivos do organismo vivo. O desaparecimento gradual e inexorável de todos os métodos artificiais (inventados pelo homem) são o testemunho gritante de seu fracasso. Todas as curas verdadeiras são processos biológicos, naturais e as intervenções estranhas a estes mesmos processos não fazem mais do que atrapalhar ou impedi-los. Não podemos imitar a Natureza, mas podemos segui-la. É impossível negar os esforços de encontrar novas curas, mas todas elas serão abandonadas e esquecidas nas próximas décadas – ou talvez, nesta época acelerada, em alguns poucos anos. Se as mesmas doenças do passado teimam em continuar surpreendendo os distraídos e os derrotando é necessário procurar por algo que não seja uma ilusão.
Cura-te a ti mesmo!
Fonte: Blog Higienismo no Brasil
Por Fernando Travi
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