Segunda postagem de uma série de 4 matérias que entrarão nos dias 07/03, 14/03, 21/03 e 28/03, de 2011.
Como o cérebro humano processa imagens até mil vezes mais rápido do que palavras, o uso de técnicas que privilegiam a exploração criativa por associação gráfica ajuda a exercitar a imaginação, treinar a racionalidade e se conhecer melhor.
Por Vera F. Birkenbihl
Psicóloga especializada em analografites como recurso diagnóstico e terapêutico
[Primeiro Experimento]
Antigamente, os resultados de eleições, por exemplo, eram oferecidos em longas colunas de números. Hoje, já as primeiras projeções aparecem na forma de gráficos, o que facilita a visualização de uma imagem imediata dos resultados.
Dito isso, vamos em frente: faça um gráfico em forma de pizza com os percentuais do primeiro experimento. Você perceberá de imediato que atividades tomam mais seu tempo. Não precisará fazer contas para sabê-lo. Se perceber que as proporções não estão corretas (porque nota, digamos, que passa muito mais tempo ao telefone), basta deslocar um pouquinho a linha divisória do pedaço de pizza na direção desejada.
Provavelmente a essa altura você já terá notado que é muito mais fácil visualizar do que calcular as proporções. Para calculá-las, o pensamento normal precisa fazer um duplo desvio: primeiro, transformando idéias em números. Depois, revertendo os números de volta dêem idéias. Com o auxílio da analografite, vemos de pronto o que é de fato relevante, tanto no momento da produção do gráfico quanto depois. Se, 20 anos mais tarde, retornarmos às mesmas anotações, bastará um olhar para nos inteirarmos das informações.
De resto, muita gente aprende de passagem uma importante lição de vida ao fazer esse exercício. Em geral, quanto mais cheio o dia, tanto mais trabalho imprevisto se acrescenta a ele. Isso soa familiar a você? Se a resposta é sim, examine de novo o gráfico que acabou de produzir. De que tamanho é o pedaço da pizza que você se reservou para cumprimento de tarefas imprevistas? Normalmente as pessoas não reservam área nenhuma para isso – ou, ao menos, não em seu primeiro exercício. Se você observar seu cotidiano com atenção por duas semanas, vai aprender quanto tempo do seu dia típico precisa disponibilizar, em média, para o inesperado. Inclua o pedaço correspondente na pizza e veja que o tempo reservado para outras atividades terá de ser diminuído ou suprimido. , para que seu gráfico corresponda à realidade. Isso ajudará também a protegê-lo do estresse excessivo que o tempo insuficiente reservado ao inesperado pode originar. É claro que podemos usar o mesmo recurso para “pensar graficamente” temas bem mais complexos.
Fonte: Revista Mente & Cérebro n° 214, nov/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário