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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Uma história Zen

Havia dois templos, rivais. Os dois mestres – com certeza só eles mesmos se denominavam mestres – eles eram tão contrários um ao outro que disseram aos seguidores que nunca olhassem para o templo rival.

Cada um dos sacerdotes tinha um garoto para servi-lo, ir buscar as coisas, mandar recados.

O sacerdote do primeiro templo disse ao seu servo adolescente:
- Nunca fale com o garoto do outro templo. Aquela gente é perigosa!

Mas, garotos são garotos. Um dia eles se encontraram na estrada e o menino do primeiro templo perguntou ao outro:
- Aonde você está indo?
- Aonde quer que o vento me leve – respondeu o outro. Esse menino era obrigado a ficar ouvindo grandes conceitos zens do templo; ele disse, “Aonde quer que o vento me leve” uma sentença e tanto, puro Tao.

Mas o outro garoto ficou embaraçado, ofendido, e não conseguiu pensar numa resposta para dar a ele. Frustrado, com raiva e também se sentindo culpado...
“Meu mestre disse para eu não falar com essa gente. Essas pessoas são realmente perigosas. Mas que tipo de resposta é essa? Ele me humilhou”.

O menino foi até seu mestre e disse o que tinha acontecido:
- Sinto muito ter falado com ele. O senhor estava certo, aquelas pessoas são estranhas. Que tipo de resposta foi aquela? Perguntei a ele “aonde você está indo”? – uma pergunta simples, formal – e eu sabia que ele estava indo ao mercado, assim como eu. Mas ele disse, “aonde quer que o vento me leve”.

- Eu avisei você – disse o mestre – mas você não me ouviu. Agora olhe, amanhã esteja no mesmo lugar novamente. Quando ele vier, pergunte-lhe:
“Ande você está indo”? E ele lhe dirá, “aonde quer que o vento me leve”.
Então, seja um pouco mais filosófico. Diga, “Quer dizer que você não tem pernas, então”?!? porque a alma não tem corpo e o vento não pode levar a alma a lugar nenhum – que acha disso”?
O menino queria estar absolutamente pronto: a noite toda ele repetiu a resposta vezes sem conta. E, na manhã seguinte, de manhã bem cedo, ele foi até lá, ficou no lugar certo, e no momento exato, o menino apareceu. Ele estava muito feliz, pois agora ia lhe mostrar o que era filosofia de verdade.

Então perguntou:

- Aonde você está indo – e ficou esperando ...

Mas o garoto disse:
- Vou buscar verduras no mercado ...

Agora o que fazer com a filosofia que ele tinha aprendido?



A vida é assim
.
Você não pode se preparar para ela, não pode ficar pronto para ela. Essa é a beleza da vida, sua maravilha, que sempre pega você desprevenido, sempre é uma surpresa. Se você tem olhos, verá que cada momento é uma surpresa e nenhuma resposta pronta jamais se aplica a ela.





trecho extraído do livro:
Coragem - prazer de viver perigosamente”
autor: Osho editora: Cultrix páginas 23 e 24

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