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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que é Xamanismo?_2/3


por Alessandro Meiguins e Vitor Shin
Revista Super Interessante - 05/04/2002




Amigos de fé

Não importa sua origem, todo xamã costuma invocar em seus rituais, os espíritos do mundo animal e vegetal.

Sul-Americano


As plantas da floresta constituem o principal instrumento de cura e conhecimento dos xamãs amazônicos. Duas delas – o cipó Banisteriopsis caapi e o arbusto Psycotria viridis – se combinam na bebida ayahuasca (“vinho dos espíritos”), considerada a grande professora. O tabaco também é usado para afastar maus espíritos e os animais cultuados são a onça e a jiboia. Enquanto seus colegas da América do Norte usam tambores, seu instrumento é a maracá (chocalho de cabaça).

 Norte-Americano



Suas principais práticas são a Inipi (“tenda do suor”, sauna indígena à base de pedras escaldantes) e a “busca da visão” – peregrinação em jejum e isolamento. Entre seus “animais de poder” destacam-se o coiote e a águia que, encarnados pelo mago, transmitem ensinamentos à tribo. A “planta de poder” mais comum é o peiote, botão de cacto celebrizado pelos livros do antropólogo transformado em xamã Carlos Castañeda.  

Aborígine



De acordo com os nativos australianos, a dimensão sobrenatural que governa nosso mundo é o chamado Tempo dos Sonhos. Para obter poder e conhecimento, os xamãs têm de viajar a esse universo paralelo e encontrar a Grande Serpente Arco-Íris, símbolo da fertilidade e da vida. Eles também possuem uma forte ligação com cavernas, acreditam entrar em contato com as forças dos reinos subterrâneos.

Esquimó


O xamã Angaangaq Lyberth, mais conhecido como Uncle

Os xamãs da região ártica usam máscaras de feições aterrorizantes para representar seu poder – capaz de transportá-los, em espírito, o fundo do mar e atravessar o gelo até o submundo, onde resgatam a alma dos enfermos. Eles também invocam o espírito dos animais que desejam caçar (baleias, morsas, caribus e ursos) para negociar a alimentação de sua aldeia.


Siberiano



Na região de onde vem a palavra “xamã”, o animal cultuado é a rena. Seu couro é utilizado na vestimenta na proteção contra ataques de espíritos malignos e na confecção de tambor, principal instrumento de poder dos magos curandeiros da Sibéria. Eles acreditam que a alma do animal sobrevive no tambor e pode guiá-los nos seus transes – muitas vezes induzidos com a ajuda do cogumelo alucinógeno Amanita muscaria.

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