A palavra Mudra vem do sânscrito e significa literalmente "selo". Trata-se de gestos ou posturas das mãos cada uma com seu simbolismo e efeitos. Apesar de existirem em todas as culturas, as formas vindas da Índia, Japão e outros países orientais são as mais referidas. Isto deve-se ao fato de terem sido estes povos os primeiros a dar-lhes nomes e a explorar o seu potencial.
Encontram-se mudras nas práticas religiosas, meditativas, nas disciplinas marciais, na dança e na arte. De uma forma menos evidente também se encontram na linguagem corporal e nos inúmeros pequenos gestos que fazemos diariamente. Aqui (abaixo) vemos o chamado Gesto da Saudação ou Gesto da Prece, introduzido nas práticas cristãs pelo Papa Nicolau I:
Esta forma promove a serenidade e a elevação espiritual. É um gesto de plenitude e comunhão com o Todo, sendo, portanto, utilizadas por crentes de várias correntes religiosas.
A dança clássica indiana utiliza mudras como forma de expressão artística. O simbolismo de cada gesto encontra-se profundamente enraizado no imaginário deste povo. Assim, a dança é uma representação de dilemas filosóficos e forças arquetípicas. Aqui vemos uma bailarina executando o Prithvi Mudra:
O Prithvi Mudra ajuda a ultrapassar as fraquezas do corpo e da alma, inspirando paciência, tolerância e estabilidade. O tema foi bastante estudado no silêncio dos mosteiros e, como resultado, podemos encontrá-lo na iconografia cristã. Aqui, temos um exemplo de uma pintura bizantina, em que se vê Cristo, executando o gesto com a mesma delicadeza da bailarina indiana:
Os vários pontos das nossas mãos, correspondem a órgãos, chakras, meridianos, regentes planetários....em suma, as energias muito específicas que podem ser estimuladas, direcionadas e interligadas. Uma das disciplinas que aproveita o potencial dos mudras é o Yôga. Aqui o Anjali Mudra ou o Gesto da Prece executado em conjunto com um asana (postura do corpo):
Existem muitos mudras, e isto deve-se em grande parte de certos gestos serem instintivos - como o gesto de tocar a testa quando precisamos nos lembrar de algo ou como o gesto de juntar as pontas dos dedos quando precisamos delinear uma estratégia. Como no exemplo abaixo, que o empresário talvez não tenha pensado nas antigas tradições indianas mas sabe, certamente, que este gesto envia um sinal subliminar de competência a todos que virem a sua imagem:
Além de serem uma verdadeira linguagem não-verbal, os mudras regulam os fluxos de energia que circulam pelo corpo afetando não só o estado físico, mas todos os aspectos do nosso Ser. Sempre que executamos um destes gestos estamos a abrir caminho para que determinado efeito se manifeste em nossa vida. Segue uma imagem do magnífico Buda Amitabha de Kamakura, executando o mudra Mida no Jõin:
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