4.1
DESCRIÇÃO BOTÂNICA
É
uma planta com caule curto e estolonífero e raízes abundantes,
longas e carnosas.
As
folhas são grossas, carnosas, rosuladas, eretas, ensiformes, têm de
30 a 60 cm de comprimento, verde-brancas, com manchas claras quando
novas, lanceoladas, agudas e com margens de dentes espinhosos e
apartados. A face ventral é plana, e a dorsal convexa, lisa e
cerosa. As folhas são muito sucosas, têm odor pouco agradável e
sabor amargo, tornando-se o suco, após colhida a folha, de cor
violácea e aroma muito forte e desagradável.
As
flores são cilíndricas a subcilíndricas, branco-amareladas, têm
de 2 a 3 cm de comprimento, com segmentos coniventes ou coerentes com
as pontas extendidas. Têm seis estames aproximadamente do tamanho do
tubo, filetes delgados e anteras oblongas. O ovário é séssil,
triangular, trilocular, e o estilete é mais longo que o perianto,
com um pequeno estigma, sendo os óvulos abundantes nos lóculos. A
inflorescência é central, ereta e tem de 1 a 1,50 m de altura. O
escapo tem de 10 a 15 cm, com escamas largos, e o racimo é denso (1
- 3 cm), com brácteas lanceoladas mais longas que os pedicelos. O
florescimento ocorre na primavera (setembro-outubro).
Os
frutos são constituídos de cápsulas ovóide-oblongas, cônicas,
curtas (20 mm), de deiscência loculícida, triloculares, mas com
septos dando a impressão de 6 lóculos. As sementes são numerosas,
pardo-escuras, achatadas e reniformes.
Origem:
região
mediterrânica (DIMITRI, 1978)
5.
CULTIVO DAS BABOSAS
Variedades:
não
se conhecem variedades ou seleções das três espécies indicadas no
presente trabalho.
Solo:
não
são exigentes quanto ao solo, desde que este seja drenado e
permeável (arenoso e areno-argiloso), mas são sensíveis à acidez
do solo. Solos com abundância de matéria orgânica devem ser
equilibrados com boas doses de nutrientes minerais: potássio,
cálcio, fósforo e magnésio.
Clima:
é
planta característica de climas tropicais e subtropicais. Deve ser
cultivada em locais protegidos de geadas e de ventos frios hibernais,
quer por exposições mais quentes (leste e norte), quer pelo uso de
quebra-ventos. É planta de plena luz, não se dando bem à sombra ou
meia-sombra. A A.
vera é
a mais exigente quanto ao calor (CORREA JR. et al., 1991).
Método
de Propagação: o
mais usado e prático é a do uso dos perfilhos que nascem ao redor
da planta-mãe (A.
vera),
ao lado do tronco (A.
arborescens)
, e os que afloram no solo pelos rizomas (A.
saponaria).
Estes perfilhos são separados e cultivados em um viveiro para que
enraízem bem e se tornem fortes. O uso de estacas de raízes não
produz muitas mudas (só é empregado eventualmente), e as folhas
raramente enraízam.
Plantio:
é
feito no outono ou na entrada da primavera, em linhas distanciadas
entre si, de 0,80 a 1 m, conservando 0,50 m (A.
saponaria),
0,70 m (A.
vera)
ou de 0,80 a 1 m (A.
arborescens),
para maior facilidade de limpeza entre as plantas. O plantio é feito
em covas rasas, em solo bem preparado.
Tratos
culturais: consistem
em capinas, para evitar a concorrência com plantas espontâneas.
Estas são feitas nas linhas para evitar o corte de plantas pelos
instrumentos de capinas. A manutenção de cobertura morta, no
inverno, é de grande valia. O controle de formigas e cupins deve ser
feito sempre. As irrigações, salvo na hora do plantio, devem
restringir-se a períodos de seca (CASTRO & CHEMALE, 1995).
Pragas
e Doenças: eventualmente,
ocorrem doenças devido à influência de climas frios e carências
nutritivas. As doenças podem ser de origem bacteriana ou fúngica.
Quando são poucas, as plantas infectadas devem ser eliminadas da
cultura.
Colheita
e Rendimentos: a
colheita é realizada após um ano de cultivo, pois o crescimento
inicial das babosas é lento. Retiram-se as folhas 11
inferiores
maiores, junto ao tronco, com um instrumento afiado. Deixam-se as
folhas centrais para renovar a planta. As folhas são levadas
imediatamente para a extração da mucilagem e dos heterosídios. O
rendimento é variável, apresentando a A.
vera o
maior rendimento em peso de folhas/ha, seguido da A.
arborescens, e
ficando a A.
saponaria com
uma baixa produção de folhas (massa verde). Os colhedores devem
usar botas e luvas para a proteção contra os espinhos existentes
nas folhas (CASTRO & CHEMALE, 1995).
AGRADECIMENTOS
Ao
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF)
pelo apoio financeiro, a pesquisadora Eng. Agrª Drª Shirley Galli
Taylor da Rosa pelo apoio e pela análise crítica do trabalho, à
estudante de Agronomia Cristina Machado pela digitação e
organização geral do trabalho no microcomputador, às Biólogas da
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Márcia Therezinha Menna
Barreto das Neves e Rosana Moreno Senna pelo auxílio na
identificação das espécies, aos demais colegas da Fundação
Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) pelas sugestões e pelo
incentivo à pesquisa.
6.
REFERÊNCIAS
CASTRO,
L. O. de & CHEMALE, V. M. Plantas
medicinais, condimentares e Aromáticas: descrição
e cultivo. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária Ltda., 1995. 195
p. il.
CORREA
JÚNIOR, C. ; MING, L. C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo
de plantas medicinais, condimentares e aromáticas.
Curitiba: SEAB-EMATER-PR, 1991. 150 p. il.
DIMITRI,
M. J. Enciclopedia
argentina de agricultura y jardineria.
t. I, 3. ed. Buenos Aires : Editorial ACME S. A.C.I., 1978. 651 p.
il.
Fonte: Comida Ecológica
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