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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Dicas Práticas_CULTIVO DE TRÊS ESPÉCIES DE BABOSA_2/2


4.1 DESCRIÇÃO BOTÂNICA

É uma planta com caule curto e estolonífero e raízes abundantes, longas e carnosas.

As folhas são grossas, carnosas, rosuladas, eretas, ensiformes, têm de 30 a 60 cm de comprimento, verde-brancas, com manchas claras quando novas, lanceoladas, agudas e com margens de dentes espinhosos e apartados. A face ventral é plana, e a dorsal convexa, lisa e cerosa. As folhas são muito sucosas, têm odor pouco agradável e sabor amargo, tornando-se o suco, após colhida a folha, de cor violácea e aroma muito forte e desagradável.

As flores são cilíndricas a subcilíndricas, branco-amareladas, têm de 2 a 3 cm de comprimento, com segmentos coniventes ou coerentes com as pontas extendidas. Têm seis estames aproximadamente do tamanho do tubo, filetes delgados e anteras oblongas. O ovário é séssil, triangular, trilocular, e o estilete é mais longo que o perianto, com um pequeno estigma, sendo os óvulos abundantes nos lóculos. A inflorescência é central, ereta e tem de 1 a 1,50 m de altura. O escapo tem de 10 a 15 cm, com escamas largos, e o racimo é denso (1 - 3 cm), com brácteas lanceoladas mais longas que os pedicelos. O florescimento ocorre na primavera (setembro-outubro).

Os frutos são constituídos de cápsulas ovóide-oblongas, cônicas, curtas (20 mm), de deiscência loculícida, triloculares, mas com septos dando a impressão de 6 lóculos. As sementes são numerosas, pardo-escuras, achatadas e reniformes.

Origem: região mediterrânica (DIMITRI, 1978) 

5. CULTIVO DAS BABOSAS

Variedades: não se conhecem variedades ou seleções das três espécies indicadas no presente trabalho.

Solo: não são exigentes quanto ao solo, desde que este seja drenado e permeável (arenoso e areno-argiloso), mas são sensíveis à acidez do solo. Solos com abundância de matéria orgânica devem ser equilibrados com boas doses de nutrientes minerais: potássio, cálcio, fósforo e magnésio.

Clima: é planta característica de climas tropicais e subtropicais. Deve ser cultivada em locais protegidos de geadas e de ventos frios hibernais, quer por exposições mais quentes (leste e norte), quer pelo uso de quebra-ventos. É planta de plena luz, não se dando bem à sombra ou meia-sombra. A A. vera é a mais exigente quanto ao calor (CORREA JR. et al., 1991).

Método de Propagação: o mais usado e prático é a do uso dos perfilhos que nascem ao redor da planta-mãe (A. vera), ao lado do tronco (A. arborescens) , e os que afloram no solo pelos rizomas (A. saponaria). Estes perfilhos são separados e cultivados em um viveiro para que enraízem bem e se tornem fortes. O uso de estacas de raízes não produz muitas mudas (só é empregado eventualmente), e as folhas raramente enraízam.

Plantio: é feito no outono ou na entrada da primavera, em linhas distanciadas entre si, de 0,80 a 1 m, conservando 0,50 m (A. saponaria), 0,70 m (A. vera) ou de 0,80 a 1 m (A. arborescens), para maior facilidade de limpeza entre as plantas. O plantio é feito em covas rasas, em solo bem preparado.

Tratos culturais: consistem em capinas, para evitar a concorrência com plantas espontâneas. Estas são feitas nas linhas para evitar o corte de plantas pelos instrumentos de capinas. A manutenção de cobertura morta, no inverno, é de grande valia. O controle de formigas e cupins deve ser feito sempre. As irrigações, salvo na hora do plantio, devem restringir-se a períodos de seca (CASTRO & CHEMALE, 1995).

Pragas e Doenças: eventualmente, ocorrem doenças devido à influência de climas frios e carências nutritivas. As doenças podem ser de origem bacteriana ou fúngica. Quando são poucas, as plantas infectadas devem ser eliminadas da cultura.

Colheita e Rendimentos: a colheita é realizada após um ano de cultivo, pois o crescimento inicial das babosas é lento. Retiram-se as folhas 11 inferiores maiores, junto ao tronco, com um instrumento afiado. Deixam-se as folhas centrais para renovar a planta. As folhas são levadas imediatamente para a extração da mucilagem e dos heterosídios. O rendimento é variável, apresentando a A. vera o maior rendimento em peso de folhas/ha, seguido da A. arborescens, e ficando a A. saponaria com uma baixa produção de folhas (massa verde). Os colhedores devem usar botas e luvas para a proteção contra os espinhos existentes nas folhas (CASTRO & CHEMALE, 1995).

AGRADECIMENTOS

Ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) pelo apoio financeiro, a pesquisadora Eng. Agrª Drª Shirley Galli Taylor da Rosa pelo apoio e pela análise crítica do trabalho, à estudante de Agronomia Cristina Machado pela digitação e organização geral do trabalho no microcomputador, às Biólogas da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves e Rosana Moreno Senna pelo auxílio na identificação das espécies, aos demais colegas da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO) pelas sugestões e pelo incentivo à pesquisa.

6. REFERÊNCIAS

CASTRO, L. O. de & CHEMALE, V. M. Plantas medicinais, condimentares e Aromáticas: descrição e cultivo. Guaíba: Livraria e Editora Agropecuária Ltda., 1995. 195 p. il.
CORREA JÚNIOR, C. ; MING, L. C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Curitiba: SEAB-EMATER-PR, 1991. 150 p. il.
DIMITRI, M. J. Enciclopedia argentina de agricultura y jardineria. t. I, 3. ed. Buenos Aires : Editorial ACME S. A.C.I., 1978. 651 p. il.

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